O Nuno levanta uma questão pertinente acerca do valor cultural do apelo no cristianismo contemporâneo (Século XX, sobretudo). Valeria a pena reflectirmos mais sobre as limitações da fórmula aceitar Cristo que parece ainda inquestionável entre evangélicos (na Escritura o mais pragmático que encontramos parece ser confessar Cristo, algo substancialmente diferente). No entanto discordo do Nuno quando classifica de "universalismo aterrador" a deriva de Billy Graham. A maleabilidade teológica e apologética dos protestantes evangélicos resulta para o bem e para o mal. É nessa linha de risco de actualizar sociologicamente o Evangelho ao minuto que permitiu, por exemplo, que o pentecostalismo se tornasse o movimento religioso que mais cresceu nos últimos 100 anos. O eventual excesso de individualismo da experiência protestante tornou-se amigo de um tempo onde cada homem se fecha sobre si próprio.
Os erros apontados à leveza com que se liga acorrer ao apelo de uma pregação pública à salvação imediata da alma revelam também algum excesso de certeza moderna sobre como se opera a salvação. Não se combate o orgulho de uma fórmula com outra (presente no documentário do YouTube que o Nuno recomenda). É por isso que sou cauteloso com afirmações que descrevem que "a maior heresia da cristandade evangélica foi, de facto, a conversão por apelo e a salvação por decisão humana". E aceitem isto de um calvinista desconfiado. Se a linguagem é um terreno escorregadio cortar a língua poderá ser uma resposta muito mais ensurdecedora. A questão do Nuno é importante. Mas o que sobressai do video recomendado é uma mania persistente entre protestantes de transparecer mais prazer a apontar heresias alheias que a pregar o Evangelho em consciência própria (as imagens, a música usada, o tom paternalista, os planos finais do Inferno revelam um excruciante mau gosto - ter más maneiras também é blasfemar).
Continuo por isso, e apesar dos amaciamentos recentes, a ter uma enorme admiração por Billy Graham. É para pregar o Evangelho ou não é para pregar o Evangelho?
Um profeta a saltar-nos dentro da barriga. Por Tiago de Oliveira Cavaco.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
O nome
O nome deste blogue inspira-se em Lucas 1:41 quando Isabel, grávida de João Baptista, ouve Maria a saudá-la. O profeta bebé, diz a Palavra, estremeceu no ventre de alegria.
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